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sábado, 9 de fevereiro de 2013

Book review - Úrsula, a maior




Alice Vieira, Úrsula, a maior. 4ª ed. Lisboa, Caminho, 1998, 191 p.

A leitura desta história teve um propósito muito particular: terminar uma leitura que ficou pendente há 20 anos. Estava no 7º ano e a prof.ª Vade Retro Satanás decidiu fazer uma biblioteca de turma. Cada um levava um livro seu. Eu devo ter levado um livro da colecção "Uma Aventura", tal como metade da turma... Na minha vez de escolher um livro, optei por este porque gostei do título. Depois percebi que essa escolha foi do agrado da professora, que me disse que o livro era bom. Como eu não gostava da professora, essa opinião pouca diferença fez no meu entusiasmo. Comecei a ler e achei o livro estranho e confuso. Na ficha de leitura, justifiquei que não terminei a leitura com o facto de o livro estar cheio de notas a lápis e que isso me perturbou...! Claro que o comentário da professora foi tudo menos simpático! Que paciência, a dela e a minha. Com tudo isto, o livro foi para a prateleira dos detestáveis. Fiz agora justiça ao livro: li-o. Afinal, é uma história simpática sobre a emancipação de uma menina com tendência a exagerar no bom comportamento em detrimento de uma atitude mais assertiva face aos outros. A história é contada na perspectiva da Maria João, uma jovem de 14 anos. A natureza reivindicativa da Maria João contrasta com a aparente passividade da Xuxu/Úrsula. Confesso que achei a linguagem da Maria João muito madura para uma menina de 14 anos. Mas fica aqui a dúvida.
sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Book review - Viagem à roda do meu nome




Alice Vieira, Viagem à roda do meu nome. 7ªed. Lisboa, Caminho, 1997, 143 p.

Estas palavras resultam de uma releitura deste livro. Confesso que das minhas primeiras leituras de autores portugueses na escola, as que relembro melhor são as histórias de Alice Vieira. Muitas ficaram-me na memória, mas não pelos melhores motivos. Considerava-as tristes e sem esperança. Não me recordo do título mas uma história era a de um menino, a quem o pai pouco ligava e que teve de ir para a escola com os sapatos da irmã. Esse menino acabou por faltar às aulas... Outra era a história de uma rapariga que, vivendo pobre outrora, foi a uma festa muito bem vestida mas quando se olhava ao espelho, não via a sua nova figura mas a pobreza de outros tempos. Morreu com uma síncope... Realidades da vida? Sim, talvez. Mas aos 12 anos recusava-me a aceitar que a vida era assim tão complicada e sem finais felizes.
Quanto a este livro, lido "hoje", ainda duvido que a Rita dos meus 12 anos gostasse, mas a Rita de 32 gostou! O jovem Abílio vai descobrir como o seu nome, que considerava feio, era especial para as memórias da velha prima de nome Constança. As memórias têm a capacidade de embelezar a nossa realidade e, à medida que o tempo passa, aprendemos a compreender e a amar as nossas raízes. Essa viagem até Aveiro vai mudar Abílio para sempre: a visita à prima Constança ajudá-lo-á a perceber a razão da escolha do seu nome. A partir desse momento, Abílio aceita-se como é e deixa de se importar com o que os outros dizem. Na viagem de regresso a Lisboa e após a morte da prima, Abílio conhece no expresso uma senhora viúva que muito singelamente lhe explica a importância da memória que "desafia" a própria morte, tratando-a como uma ausência meramente física. Cada um tem as suas razões para ser feliz e de ser como é, independentemente dos juízos de valor dos outros. Recomendarei esta história aos meus filhos.