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sábado, 16 de fevereiro de 2013

Book Review - A Cosmética do inimigo


Imagem retirada de:

Amélie Nothomb, A cósmética do inimigo. Lisboa, Bizâncio, 2002, 99 p.

   Se gostei de Temor e tremor, este livro A cosmética do inimigo  conseguiu surpreender-me completamente. Esta história desenrola-se num aeroporto onde Jerome Angust aguarda um vôo que se encontra atrasado devido a problemas técnicos. Durante essa espera maçadora, Jerome vê-se a ser importunado por um homem que, sem qualquer embaraço, tenta conversar com ele. Após várias tentativas para se livrar da conversa mas sem sucesso, Jerome Angust inicia um diálogo no mínimo irónico, cáustico e, por isso, completamente hilariante! No entanto, quando essa personagem começa a revelar demasiado, contando pormenores do passado, em particular da mulher falecida de Jerome Angust, verificamos que este começa a perder argumentação no diálogo. Textor, o desconhecido, revela as condições da morte de Isabelle e, embora conheça todos os pormenores do crime, Textor acusa Jerome como o verdadeiro culpado. Jerome defende-se e Textor propõe que, para fundamentar essa inocência, Jerome terá que o matar. Só assim se libertaria do verdadeiro assassino: a culpa de não saber quem fez o quê. 
   Como nota final, lemos que, naquele dia, um indivíduo se suicidou, batendo com a cabeça numa parede do aeroporto perante a estupefacção dos restantes passageiros. Bem! O que aparentava ser um diálogo, revelou-se um monólogo. Consciência de um indivíduo que carregava a culpa dentro dele. Simplesmente surpreendente. O título adequa-se na perfeição a esta história.

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